quarta-feira, 14 de julho de 2010

A LUTA DO POVO NEGRO VAI CONTINUAR

O dia 16 de junho de 2010 entra para a história do movimento negro como uma data de “legitimação institucional do estatuto das elites, pretensamente em nome dos negros brasileiros”, em detrimento das bandeiras históricas formuladas pelos movimentos organizados no Brasil inteiro.
O movimento precisa tirar lição destas datas e momentos históricos, pois por mais boa vontade que os representantes da burguesia possam se apresentar no campo da institucionalidade, sempre serão editadas leis que constitui uma verdadeira farsa do ponto de vista dos negros escravizados pelo capitalismo ao longo da história da classe trabalhadora.
A farsa da abolição está contida nesse contexto histórico, uma vez que os interesses da corte através da princesa Isabel era favorecer os negócios e o comércio da Inglaterra, bem como a entrada de mão de obra diferenciada no Brasil e não a libertação de fato do povo negro, como equivocadamente alguns ainda acreditam.
Segundo inúmeras argumentações apresentadas por representantes de vários movimentos organizados, o texto a seguir expressa de forma contundente a clássica manobra dos representantes do Senado brasileiro, mancomunados com parlamentares e representantes do governo brasileiro e até mesmo aliciados por setores cooptados pelas benesses do poder.
“Em tramitação desde 2003, o chamado Estatuto da Igualdade Racial, apresentado pelo Senador Paulo Paim (PT), animou a esperança de o Estado Brasileiro finalmente iniciar um processo de reparação aos descendentes da escravidão no Brasil. No entanto, nesses difíceis anos de debate e enfrentamento aos que resistiam à sua aprovação, a proposta original sofreu muitas alterações que esvaziaram a possibilidade de eficácia e o sentido reparatório. Ainda em 2009, alterações feitas na Câmara Federal rebaixaram o Estatuto para uma condição “autorizativa”, além de não garantir recursos para sua execução. Com isso, os gestores públicos já não seriam obrigados a colocá-lo em prática. O Estatuto da Igualdade Racial aprovado pelo Senado neste dia 16 de junho foi ainda mais fundo no poço da hipócrita democracia racial brasileira. Fruto de um acordo espúrio entre o senador Paulo Paim (PT), o senador Demóstenes Torres (DEM), relator do projeto e presidente da CCJ no Senado, e o Ministro da Seppir, Elói Ferreira (representante dos interesses do ex-titular da pasta Edson Santos), significou alta traição à luta do povo negro no Brasil.O acordo que possibilitou a aprovação do Estatuto (e que será usado como bandeira no processo eleitoral tanto pelo PT quanto pelo DEM), simplesmente enterrou as reivindicações históricas do povo negro, uma vez que o texto aprovado excluiu as Cotas para negros nas universidades, nos partidos e nos serviços públicos; excluiu a garantia do direito a titulação das terras quilombolas; excluiu a defesa e o direito a liberdade de prática das religiões de matriz africanas e não fez referência a necessidade de atenção do Estado ao genocídio cometido pelas polícias que vitimam a juventude negra. Pior ainda que a supressão destas demandas, o texto de Demóstenes do DEM – aceito por Paim e pela Seppir, negou-se a reconhecer os efeitos dos mais de 350 anos de escravidão e a existência de uma identidade negra no país! O Senador Demóstenes Torres, representante dos senhores, do agronegócio e dos ruralistas, é o mesmo que durante a audiência pública sobre cotas no STF, realizada em março deste ano, afirmou que as mulheres negras escravizadas se entregavam ao deleite sexual com seus senhores. Este homem, conservador e racista, é o padrinho do Estatuto da Igualdade Racial aprovado no Senado e que agora segue para sanção do presidente Lula. Tudo isso sob a égide da submissão dos negros da Seppir e do parlamento, que nem de longe representam as aspirações dos movimentos da luta negra no Brasil. Aliás, mesmo sob pressão de importantes organizações do Movimento Negro - entre as quais, o Movimento Negro Unificado (MNU), o Coletivo de Entidades Negras (CEN), o Círculo Palmarino, a UNEafro-Brasil - e do Movimento Social, como o Tribunal Popular, o MST e a Federação Nacional das Associações de Moradores, que encaminharam Carta Aberta ao Senado pedindo a retirada do projeto do Estatuto, e mesmo da posição contrária da CONEN, organização negra que agrega militantes petistas, a Seppir, Paulo Paim e deputados historicamente ligados a luta racial, como Janete Pietá e Vicentinho, sucumbiram. Reafirmando sua índole traiçoeira, o parlamento aproveitou a comoção provocada pela copa do mundo para articular o golpe do Estatuto do DEM.”( 18/06/2010 11:34 Douglas Belchior, Brasil de Fato.)
Cabe agora retomar os caminhos das lutas, formando núcleos no Brasil inteiro, recuperando aquilo que significa acúmulo e concordância do movimento, e com bases nas nossas bandeiras históricas do movimento negro brasileiro, retomar os caminhos que conhecemos, legitimadores das demandas étnicas, político/ partidárias.
O movimento sindical, popular, estudantil e partidário não deve nutrir ilusão com o parlamento burguês brasileiro, pois o mesmo representa os setores reacionários da classe dominante e enquanto tal não poderia esperar outra postura diferente da que ocorreu com a aprovação do estatuto das elites, legitimados pelos serviçais do poder, que diante dessa realidade o desmascaramento e a nudez se põe e todos nós nos conhecemos e nos definimos nesse processo.
“Ao retirar do Estatuto mecanismos centrais desta política, os senadores ignoraram indicadores importantes. Hoje, no Brasil, a taxa de mortalidade materna de mulheres negras é seis vezes maior do que a de brancas. Segundo Jurema Werneck, Coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde da População Negra do Conselho Nacional de Saúde, com base em dados do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2006, o número de homicídios da população negra aumentou de 24.763 vítimas de para 29.583. Enquanto isso, a freqüência de mortes de pessoas brancas pela mesma causa caiu de 18.712 para 15.578 no mesmo período. Ou seja, os homens negros, especialmente os jovens, são 2,2 vezes mais vítimas de homicídios do que os brancos. Para as mulheres negras, a taxa é 1,7 vezes maior do que para as brancas. Tudo isso acompanhado de maiores taxas de mortalidade infantil para crianças negras, cuja diferença em relação às brancas também aumenta. Na questão quilombola, há um reconhecimento da cultura e a previsão de criação de linhas de crédito específicas, mas o essencial, a titulação das terras, não foi garantido. Ou seja, ao longo da tramitação, o texto foi desconfigurado, esvaziado e destituído substancialmente de seu potencial transformador, numa tentativa conservadora, que avança em nosso país com a contribuição dos meios de comunicação de massa, de acabar com o debate público sobre a existência do racismo no Brasil e, assim, manter a desigualdade histórica, muitas vezes transformada em privilégio, dentro de nossa sociedade.”(trecho do pronunciamento do Deputado federal Ivan Valente no congresso Nacional-24/06/2010)
Nesse período eleitoral, devemos incorporar ao nosso plano de governo as propostas do movimento organizado e ao mesmo tempo, conclamamos aos candidatos sensíveis e identificados com nossa luta para que possamos realizar um Encontro em caráter emergencial, cujo objetivo é politizar e popularizar as manobras abjetas da direita e de seus asseclas, armando a militância para rechaçar essa aprovação dos representantes da elite brasileira e concomitantemente, aprovarmos um conjunto de proposituras para orientar a luta do movimento organizado e a nossa intervenção no âmbito partidário, popular, sindical e estudantil.
Nesse contexto, devemos retomar as resoluções aprovadas pelo 2º congresso Nacional e Estadual do Psol, instituindo pra valer a Secretaria de Negros e Negras do Psol, com assento nas reuniões da executiva e com a devida estruturação para otimizar nossa luta e ação revolucionária.
Avançar a luta é preciso !!!
Aldo Santos. Sindicalista, Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da executiva Nacional do Psol. (10/07/2010)



CAI QUALIDADE DA MERENDA OFERECIDA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO


quarta-feira, 16 de junho de 2010 7:16
Tatiane ConceiçãoDo Diário do Grande ABC
14 comentário(s)
Representantes de professores e estudantes têm recebido denúncias sobre queda na qualidade da merenda servida nas escolas estaduais de São Bernardo.
O assunto foi um dos temas de debate entre o sindicato e representantes da Diretoria de
Ensino da cidade, realizado no dia 8. A Secretaria Estadual confirmou a realização da reunião, mas informou que não reconhece as reivindicações nem irá comentar o conteúdo do encontro.
Segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), é exagerada a quantidade de comida enlatada na refeição.
"O sabor em algumas escolas, por conta do manuseio, é horrível. Há muitos conservantes, e estamos preocupados de que isso possa causar algum problema de
saúde nos alunos", afirmou Aldo Santos, integrante da executiva da subsede de São Bernardo da Apeoesp.
Na EE Prof.ª Maria Osório Teixeira, uma professora denunciou ao sindicato ter sofrido reação alérgica por causa da merenda; a EE Celio Luiz Negrini registrou outra queixa relativa ao armazenamento dos alimentos.
O presidente da Umes (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), Felipe Borges Debossan Moreira, também relatou ter recebido "dezenas" de reclamações de estudantes. "Um deles disse: ‘Se jogar a almôndega no teto ela gruda''", exemplificou.
Segundo Moreira, os alunos não gostam do cheiro dos alimentos em conserva e da apresentação dos produtos como, por exemplo, o feijão enlatado. A Umes está levantando dados para apresentar pauta de reivindicações junto à Diretoria de Ensino da cidade.
As duas entidades concordam que os problemas começaram há cerca de um mês e meio, depois que a Prefeitura de São Bernardo mudou o gerenciamento da merenda das escolas, deixando a cargo do governo estadual o envio de recursos de forma descentralizada.
O Diário noticiou em abril que a Justiça de São Bernardo recebeu uma ação popular que denuncia supostas irregularidades no contrato de fornecimento de merenda assinado pela administração municipal.
A Prefeitura não retornou as ligações do Diário até o fechamento desta edição.NUTRIÇÃO A nutricionista Alessandra Paula Nunes, do Centro Universitário São Camilo, afirmou que o uso de produtos industrializados deve ser evitado na merenda infantil, por causa do alto índice de conservantes e da quantidade de sódio presentes nestes produtos.
"O uso de enlatados na merenda vai totalmente contra o que o Ministério da Saúde entende como boa qualidade alimentar das crianças", afirma.
O governo federal editou cartilha chamada 12 passos para uma alimentação saudável em crianças e adolescentes. O documento ensina: deve ser consumida alimentação pobre em sal, incluindo o sódio proveniente do pão e de alimentos processados.
A nutricionista lembra que o sal presente em um produto com conservante não é o mesmo contido no tempero caseiro de um arroz, por exemplo. Isso porque o alimento enlatado possui alto índice de sódio em sua composição, pois ele é um conservante do produto.
A especialista alerta ainda que vegetais não "compensam" o uso de produtos processados. "Não interessa que eu esteja consumindo mais frutas e verduras, isso não ameniza o problema da alta ingestão de produto industrializado."
Problemas nas escolas vão de violência a falta de infra-estruturaA Apeoesp apresentou para a secretaria de Estado da Educação uma pauta listando, além da merenda, outros problemas detectados nas unidades de ensino de São Bernardo. Para a entidade, as irregularidades da EE Ayrton Senna da Silva, no bairro Terra Nova - que está sendo acompanhado pelo Ministério Público após reportagem do Diário -, são apenas o exemplo mais completo das dificuldades da rede no município.
A EE Professora Pedra de Carvalho, no Jardim Vera Cruz, evidencia um caso em que a estrutura pode influenciar no aprendizado. "A maioria das salas estão sem vidros nas janelas. Quando faz frio, não há como o professor trabalhar ou os alunos assentirem aulas", afirmou Aldo Santos, da Apeoesp.
O sindicato informou que a Pasta se comprometeu a investir cerca de R$ 200 mil em obras para recuperar a unidade. Não há prazo para o início das intervenções. Para começar, a reforma depende da realização de vistoria técnica no prédio.
A violência física e moral também está presente no cotidiano das instituições de São Bernardo. Para a Apeoesp, parte do problema é causado pelo descontrole administrativo das escolas, devido à falta de funcionários.
"A imagem do professor está em processo de desconstrução. Esse é um quadro grave e são inúmeras as unidades de ensino que apresentam problemas", destacou o representante do sindicato. (André Vieira)

terça-feira, 13 de julho de 2010

ALUNOS SE MOBILIZAM PELA MELHORIA DA MERENDA ESCOLAR.


Junte-se a nós, assine o Abaixo – Assinado pela melhoria da merenda escolar.
A merenda escolar, até o inicio deste ano, era administrada pela Prefeitura de SBC
através de um convênio entre o Governo Estadual e a Administração Municipal.
Este ano, o acordo foi suspenso. A responsabilidade sobre merenda escolar ficou a
cargo da Secretaria Estadual de Educação. Hoje, a qualidade da merenda é ruim, sendo
distribuídos alimentos enlatados, com conservantes artificiais, nocivos à saúde.
Já ocorreram vários casos de reações adversas em alunos que os consumiram.
Neste mês, foi publicada uma matéria no jornal “Diário do Grande ABC”, com denúncias feitas
por estudantes a União Municipal dos Estudantes Secundaristas - UMES de SBC. Na mesma
matéria, a nutricionista Alessandra Paula Nunes declarou que “o uso de produtos industrializados
deve ser evitado na merenda devido ao alto índice de conservantes e a elevada quantidade
de sódio”. “O uso de enlatados na alimentação escolar vai totalmente contra as recomendações
do Ministério da Saúde sobre a boa qualidade alimentar dos escolares”, afirma.
Conforme explica a matéria, o próprio Governo Federal publicou uma cartilha sobre
boa alimentação, esta deve ser pobre em sal e sem conservantes artificiais, fato que é
contrariado pela merenda servida nas escolas da rede estadual do nosso município.
Devido a estes fatos, manifestamos nosso repúdio a esta medida do Estado, e à omissão
da administração municipal; reivindicamos uma alimentação de qualidade adequada, para
que nossos alunos possam desenvolver plenamente suas potencialidades educacionais.
Junte-se a nós, assine o Abaixo – Assinado pela melhoria da merenda escolar.
Gestão Democrática nas instituições de ensino

A Constituição Federal de 1988, no artigo 206, que trata da gestão das escolas, estabelece a Gestão Democrática do Ensino Público como princípio da educação básica. A LDB (Lei 9394/96) regulamenta as normas de Gestão Democrática em seu artigo 14, sob os princípios de “Participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Pedagógico da Escola” e “Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalente”.
Basicamente, a Gestão Democrática permite elaborar projetos pedagógicos consistentes, que tenham harmonia entre a realidade dos estudantes e o conteúdo curricular obrigatório da rede de ensino. Permite que hajam debates sobre finanças, alocação de recursos, estrutura física da instituição e um estreitamento da relação entre a direção, professores, estudantes, funcionários e responsáveis pelos estudantes. A gestão democrática permite que os pais tenham participação ativa na vida escolar de seus filhos, que saibam o que ocorre dentro da escola, e permite que estudantes tenham voz ativa e a possibilidade de moldar o próprio futuro, participando das decisões que influem em sua formação.
A Gestão Democrática permite que a escola se desenvolva plenamente, através do conselho escolar (que DEVE ter a participação de estudantes, pais e professores) e de demais fóruns deliberativos, com poder de decisão sobre o caminho que a instituição pode trilhar rumo a melhorias. Gestão Democrática é a garantia de QUALIDADE NA EDUCAÇÃO PÚBLICA, pois toda a comunidade local estará ciente do que ocorre dentro dos muros da escola, impedindo que governantes e diretores tomem qualquer decisão que piore as condições de ensino.
Infelizmente, o que vemos hoje é a “Escola Prisão”. Muros altos, grades nas janelas, portões internos. Inspetores sob a forma de carcereiros, para manter a ordem. Diretores de escola que tem o poder absoluto, ditatorial. E o pior de tudo: a dependência dos recursos das Associações de Pais e Mestres, literalmente “empresas” privadas, que financiam a escola graças à omissão do Estado. A educação pública está sendo privatizada, mais rapidamente do que se imagina.
A maioria das escolas do país caiu na lógica do cárcere, não há a participação de estudantes nos conselhos, isso nas escolas que ainda tem conselhos escolares. Diante disso, a JLS luta, em conjunto com os grêmios estudantis, pela REAL democracia nas escolas. Lutamos pela participação de integrantes dos grêmios nos conselhos, por assembléias de pais e estudantes, por prestação de contas da gestão à comunidade e pelo cumprimento da Constituição, que nos garante esse direito!
TRABALHHADORES NA LUTA SOCIALISTA – TLS -ESTUDANTIL

Contribuição ao debate sobre educação

Crítica ao desvio de dinheiro público para o ensino privado, e ao projeto neoliberal de privatização da educação pública.
Por uma escola voltada aos interesses da classe trabalhadora.

No momento atual, as organizações de juventude mantêm o seu foco e energia na disputa pelo controle das entidades do movimento estudantil existentes, ou na criação de outras entidades, para então controlar estas recém formadas, afastando-se assim da discussão sobre a situação real da educação, ou mesmo da defesa de um projeto que contemple o direito aos jovens em acessar os conhecimentos acumulados pela humanidade.
E, por causa disso, os governantes sentem-se à vontade para implantar projetos que atendem aos interesses das empresas, que visam canalizar para o setor privado toda a verba destinada às áreas sociais, em especial a educação, sem nenhuma resistência por parte das entidades estudantis organizadas. Os governantes buscam destruir o ensino público, a fim de fortalecer instituições particulares.
O que vimos com a crise do capital, iniciada em 2008, bilhões de dólares para salvar os empresários, e, logo em seguida, a proposta do governo federal de reforma do Ensino Médio, que nada mais é do que um empobrecimento do currículo, eliminando as disciplinas nas escolas para as classes populares, buscando economizar recursos com pagamento de professores.
Essa canalização se dá também através de terceirizações, transferência de recursos a programas como o PROUNI - que no seu primeiro ano gastou com 300 mil vagas o suficiente para um milhão de vagas públicas - e ainda o REUNI. Financia o avanço de faculdades e universidades privadas, que se transformaram em um negócio da China para os tubarões da educação (sem nenhuma qualidade de ensino).
Já os estudantes, não encontrando forma de ingressarem no ensino superior público, acabam sendo aliciados por essas instituições e fazem cursos de péssima qualidade - há exemplo de faculdades de pedagogia em que seus alunos passaram pelo curso sem tomar conhecimento da existência de Paulo Freire (UNINOVE). Diante desse quadro a OAB vem dificultado o exame da Ordem e exigindo do governo o fechamento de universidades e faculdades que preparam mal seus egressos.
O ensino é tratado como mercadoria, é nesse sentido que vemos surgir os cursos à distância (EAD), e o debate pela internacionalização do ensino superior. É urgente a construção de um programa para a educação que atenda aos interesses das classes populares, e que faça frente ao avanço voraz do capital. Que combata a elitização, como no quadro atual, com universidades públicas somente para os filhos da burguesia.
É hora de lutarmos por uma escola fundamental e média que dê estrutura para os jovens permanecerem nela, oferecendo um salário estudantil a partir do primeiro ano do ensino médio, que atenda as necessidades básicas estudantis, para que não tenham que deixar a escola para trabalhar.
É hora de lutarmos por um currículo mais completo para os jovens, que contenha conhecimentos e práticas do universo dos esportes, que contenha formação tecnológica, e disciplinas que os ajudem a enfrentar os conflitos tão comuns na adolescência.
É hora de exigir uma nova LDB¹, pois a atual foi elaborada no contexto neoliberal para atender os interesses do capital com o enxugamento de recursos da educação pública, que passou a ser tratada pelos governos como gastos, e não como investimento, uma LDB que garanta no mínimo 15% de investimento do PIB² em educação.

BANDEIRAS DE LUTA

EDUCAÇÃO BÁSICA (1º ANO DO FUNDAMENTAL AO 5º MÈDIO)

VERBA PÚBLICA SOMENTE PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA;
15% DO PIB APLICADO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA, NENHUMA TERCEIRIZAÇÃO
NESTE SETOR;
POR UMA NOVA LDB;
EDUCAÇÃO BÁSICA DE 14 ANOS, EM PERÍODO INTEGRAL;
REFORMULAÇÃO DO CURRÍCULO, CONTEMPLANDO O MUNDO DOS ESPORTES,
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E AS HUMANIDADES, A PARTIR DO FUNDAMENTAL II;
SALÁRIO ESTUDANTIL A PARTIR DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO (BEM COMO NO SUPERIOR).

ENSINO SUPERIOR:

AMPLIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO, E FIM DO ENSINO SUPERIOR PRIVADO;
FIM DO EAD (ENSINO A DISTANCIA);
GARANTIA DE 1 VAGA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICA A TODO
ALUNO ORIUNDO DO ENSINO MÉDIO;
FIM DO PROUNI E REUNI NENHUM DINHEIRO PÚBLICO PARA O ENSINO
SUPERIOR PRIVADO;
CRIAÇÃO DE UNIVERSIDADES LIVRES DOS POVOS, DE CARÁTER MULTINACIONAL, CONGREGANDO, SOBRETUDO, ESTUDANTES LATINOS E AFRICANOS.

Por uma nova LDB, um novo currículo e recursos para o estudante se manter nos estudos.

O contexto em que foi criada a LDB, estava dominado pelo pensamento neoliberal, que via no mercado a saída para todos os males da sociedade, da mesma forma em que os governantes a serviço da burguesia trataram de criar as legislações que atrelassem as áreas sociais ao lucro dos capitalistas, sobretudo, na educação vimos prosperar o ensino privado ao mesmo tempo em que esses mesmos governos atuavam destruindo o ensino público, foi assim que vimos ser implantada a aprovação automática, para que o estudante passasse rapidamente pela escola, aprendendo ou não, ele passou a ser empurrado para fora do ensino público e no caso do insucesso frente ao mercado a culpa é atribuída ao próprio individuo.
A grade curricular é pouco atrativa, pois não abrange conhecimentos do mundo em que vivem os adolescentes, não se aprende nem se pratica a totalidade dos esportes, não se tem um ensino tecnológico em oficinas preparadas para isso, não se aprende disciplinas como antropologia, filosofia, sociologia para ajudar nos conflitos com o mundo.
Devemos lutar por uma escola pública que de tão boa, o ensino privado não tenha razão de existir.

Proposta de grade curricular
5º, 6º, COMO ESTÁ.
7º SÉRIE – ESPORTES, ARTES, ANTROPOLOGIA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
8º SÉRIE – ESPORTES, ARTES, ANTROPOLOGIA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
1º SÉRIE - ESPORTES, ARTES, ANTROPOLOGIA, HISTÓRIA, FILOSOFIA, GEORAFIA, SOCIOLOGIA, EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
2º SÉRIE – PORTUGUÊS, MATEMÁTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FÍSICA, QUÍMICA, BIOLOGIA. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA, ARTES, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, EDUCAÇÃO FÍSICA.
3º SÉRIE - PORTUGUÊS, MATEMÁTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FÍSICA, QUÍMICA, BIOLOGIA, L. E. MODERNA, ARTES, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, EDUCAÇÃO FÍSICA.
4º SÉRIE - PORTUGUÊS, MATEMÁTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FÍSICA, QUIMICA, BIOLOGIA,
L. E. MODERNA, ARTES, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, EDUCAÇÃO FÍSICA.
5º SÉRIE – PORTUGUÊS, MTEMÁTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FÍSICA, QUIMICA, BIOLOGIA, L. E. MODERNA, ARTES, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, EDUCAÇÃO FÍSICA.




Por um salário estudantil para que os estudantes se mantenham nos estudos.

É sabido por todos que a idade escolar é um período de bastantes dificuldades, sobretudo, financeira. Muitos estudantes simplesmente abandonam os estudos no Ensino Médio para trabalhar, buscando a sobrevivência imediata (53% deles abandonam o Ensino Médio sem concluí-lo. Dados de 2009 – ONG Todos Pela Educação), outros ao terminar esse nível de ensino acabam encerrando por ai seus estudos sem dar prosseguimento em nível superior, ao passo que os filhos da classe média e da burguesia dão prosseguimento até o término do superior. Esse quadro leva a uma hierarquia na sociedade e uma desigualdade social. Se essa situação é grave nos grandes centros, torna-se ainda pior no interior, condenando os jovens a ver perpetuar-se a velha estrutura social. Ao defendermos um salário estudantil, invertemos a lógica de bolsas que traz consigo uma ideia de caridade das instituições privada, ou mesmo, do patronato, quando do Estado, uma política social precária, que ao término é exigido o retorno aos cofres públicos, como se esses recursos, oriundo de impostos, não fossem justamente para ser aplicado nas áreas sociais. É chegado o momento de dar autonomia financeira aos estudantes, desde que estes deem sequência aos seus estudos. O salário estudantil só será possível com a ampliação do investimento em educação para 15% do PIB contra os 3,5% atuais, e o fim do ensino privado, bem como o fim da canalização de recursos públicos para esse setor através dos programas governamentais. É hora de exigimos a estatização de todo o ensino. Educação não é mercadoria, portanto, deve estar sob o controle do Estado e, esse mesmo Estado deve fornecer igualdade de acesso e permanência a todos os estudantes com um salário estudantil a partir do primeiro ano do Ensino Médio

POR IGUALDADE DE CONDIÇÕES
POR UM SALÁRIO ESTUDANTIL A TODOS OS ESTUDANTES APARTIR DO PRIMEIRO DO ENSINO MÉDIO

DIÓGENES DE FREITAS/ FELIPE BORGES-TLS.