terça-feira, 13 de julho de 2010

TRABALHHADORES NA LUTA SOCIALISTA – TLS -ESTUDANTIL

Contribuição ao debate sobre educação

Crítica ao desvio de dinheiro público para o ensino privado, e ao projeto neoliberal de privatização da educação pública.
Por uma escola voltada aos interesses da classe trabalhadora.

No momento atual, as organizações de juventude mantêm o seu foco e energia na disputa pelo controle das entidades do movimento estudantil existentes, ou na criação de outras entidades, para então controlar estas recém formadas, afastando-se assim da discussão sobre a situação real da educação, ou mesmo da defesa de um projeto que contemple o direito aos jovens em acessar os conhecimentos acumulados pela humanidade.
E, por causa disso, os governantes sentem-se à vontade para implantar projetos que atendem aos interesses das empresas, que visam canalizar para o setor privado toda a verba destinada às áreas sociais, em especial a educação, sem nenhuma resistência por parte das entidades estudantis organizadas. Os governantes buscam destruir o ensino público, a fim de fortalecer instituições particulares.
O que vimos com a crise do capital, iniciada em 2008, bilhões de dólares para salvar os empresários, e, logo em seguida, a proposta do governo federal de reforma do Ensino Médio, que nada mais é do que um empobrecimento do currículo, eliminando as disciplinas nas escolas para as classes populares, buscando economizar recursos com pagamento de professores.
Essa canalização se dá também através de terceirizações, transferência de recursos a programas como o PROUNI - que no seu primeiro ano gastou com 300 mil vagas o suficiente para um milhão de vagas públicas - e ainda o REUNI. Financia o avanço de faculdades e universidades privadas, que se transformaram em um negócio da China para os tubarões da educação (sem nenhuma qualidade de ensino).
Já os estudantes, não encontrando forma de ingressarem no ensino superior público, acabam sendo aliciados por essas instituições e fazem cursos de péssima qualidade - há exemplo de faculdades de pedagogia em que seus alunos passaram pelo curso sem tomar conhecimento da existência de Paulo Freire (UNINOVE). Diante desse quadro a OAB vem dificultado o exame da Ordem e exigindo do governo o fechamento de universidades e faculdades que preparam mal seus egressos.
O ensino é tratado como mercadoria, é nesse sentido que vemos surgir os cursos à distância (EAD), e o debate pela internacionalização do ensino superior. É urgente a construção de um programa para a educação que atenda aos interesses das classes populares, e que faça frente ao avanço voraz do capital. Que combata a elitização, como no quadro atual, com universidades públicas somente para os filhos da burguesia.
É hora de lutarmos por uma escola fundamental e média que dê estrutura para os jovens permanecerem nela, oferecendo um salário estudantil a partir do primeiro ano do ensino médio, que atenda as necessidades básicas estudantis, para que não tenham que deixar a escola para trabalhar.
É hora de lutarmos por um currículo mais completo para os jovens, que contenha conhecimentos e práticas do universo dos esportes, que contenha formação tecnológica, e disciplinas que os ajudem a enfrentar os conflitos tão comuns na adolescência.
É hora de exigir uma nova LDB¹, pois a atual foi elaborada no contexto neoliberal para atender os interesses do capital com o enxugamento de recursos da educação pública, que passou a ser tratada pelos governos como gastos, e não como investimento, uma LDB que garanta no mínimo 15% de investimento do PIB² em educação.

BANDEIRAS DE LUTA

EDUCAÇÃO BÁSICA (1º ANO DO FUNDAMENTAL AO 5º MÈDIO)

VERBA PÚBLICA SOMENTE PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA;
15% DO PIB APLICADO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA, NENHUMA TERCEIRIZAÇÃO
NESTE SETOR;
POR UMA NOVA LDB;
EDUCAÇÃO BÁSICA DE 14 ANOS, EM PERÍODO INTEGRAL;
REFORMULAÇÃO DO CURRÍCULO, CONTEMPLANDO O MUNDO DOS ESPORTES,
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E AS HUMANIDADES, A PARTIR DO FUNDAMENTAL II;
SALÁRIO ESTUDANTIL A PARTIR DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO (BEM COMO NO SUPERIOR).

ENSINO SUPERIOR:

AMPLIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO, E FIM DO ENSINO SUPERIOR PRIVADO;
FIM DO EAD (ENSINO A DISTANCIA);
GARANTIA DE 1 VAGA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICA A TODO
ALUNO ORIUNDO DO ENSINO MÉDIO;
FIM DO PROUNI E REUNI NENHUM DINHEIRO PÚBLICO PARA O ENSINO
SUPERIOR PRIVADO;
CRIAÇÃO DE UNIVERSIDADES LIVRES DOS POVOS, DE CARÁTER MULTINACIONAL, CONGREGANDO, SOBRETUDO, ESTUDANTES LATINOS E AFRICANOS.

Por uma nova LDB, um novo currículo e recursos para o estudante se manter nos estudos.

O contexto em que foi criada a LDB, estava dominado pelo pensamento neoliberal, que via no mercado a saída para todos os males da sociedade, da mesma forma em que os governantes a serviço da burguesia trataram de criar as legislações que atrelassem as áreas sociais ao lucro dos capitalistas, sobretudo, na educação vimos prosperar o ensino privado ao mesmo tempo em que esses mesmos governos atuavam destruindo o ensino público, foi assim que vimos ser implantada a aprovação automática, para que o estudante passasse rapidamente pela escola, aprendendo ou não, ele passou a ser empurrado para fora do ensino público e no caso do insucesso frente ao mercado a culpa é atribuída ao próprio individuo.
A grade curricular é pouco atrativa, pois não abrange conhecimentos do mundo em que vivem os adolescentes, não se aprende nem se pratica a totalidade dos esportes, não se tem um ensino tecnológico em oficinas preparadas para isso, não se aprende disciplinas como antropologia, filosofia, sociologia para ajudar nos conflitos com o mundo.
Devemos lutar por uma escola pública que de tão boa, o ensino privado não tenha razão de existir.

Proposta de grade curricular
5º, 6º, COMO ESTÁ.
7º SÉRIE – ESPORTES, ARTES, ANTROPOLOGIA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
8º SÉRIE – ESPORTES, ARTES, ANTROPOLOGIA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
1º SÉRIE - ESPORTES, ARTES, ANTROPOLOGIA, HISTÓRIA, FILOSOFIA, GEORAFIA, SOCIOLOGIA, EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
2º SÉRIE – PORTUGUÊS, MATEMÁTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FÍSICA, QUÍMICA, BIOLOGIA. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA, ARTES, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, EDUCAÇÃO FÍSICA.
3º SÉRIE - PORTUGUÊS, MATEMÁTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FÍSICA, QUÍMICA, BIOLOGIA, L. E. MODERNA, ARTES, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, EDUCAÇÃO FÍSICA.
4º SÉRIE - PORTUGUÊS, MATEMÁTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FÍSICA, QUIMICA, BIOLOGIA,
L. E. MODERNA, ARTES, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, EDUCAÇÃO FÍSICA.
5º SÉRIE – PORTUGUÊS, MTEMÁTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, FÍSICA, QUIMICA, BIOLOGIA, L. E. MODERNA, ARTES, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, EDUCAÇÃO FÍSICA.




Por um salário estudantil para que os estudantes se mantenham nos estudos.

É sabido por todos que a idade escolar é um período de bastantes dificuldades, sobretudo, financeira. Muitos estudantes simplesmente abandonam os estudos no Ensino Médio para trabalhar, buscando a sobrevivência imediata (53% deles abandonam o Ensino Médio sem concluí-lo. Dados de 2009 – ONG Todos Pela Educação), outros ao terminar esse nível de ensino acabam encerrando por ai seus estudos sem dar prosseguimento em nível superior, ao passo que os filhos da classe média e da burguesia dão prosseguimento até o término do superior. Esse quadro leva a uma hierarquia na sociedade e uma desigualdade social. Se essa situação é grave nos grandes centros, torna-se ainda pior no interior, condenando os jovens a ver perpetuar-se a velha estrutura social. Ao defendermos um salário estudantil, invertemos a lógica de bolsas que traz consigo uma ideia de caridade das instituições privada, ou mesmo, do patronato, quando do Estado, uma política social precária, que ao término é exigido o retorno aos cofres públicos, como se esses recursos, oriundo de impostos, não fossem justamente para ser aplicado nas áreas sociais. É chegado o momento de dar autonomia financeira aos estudantes, desde que estes deem sequência aos seus estudos. O salário estudantil só será possível com a ampliação do investimento em educação para 15% do PIB contra os 3,5% atuais, e o fim do ensino privado, bem como o fim da canalização de recursos públicos para esse setor através dos programas governamentais. É hora de exigimos a estatização de todo o ensino. Educação não é mercadoria, portanto, deve estar sob o controle do Estado e, esse mesmo Estado deve fornecer igualdade de acesso e permanência a todos os estudantes com um salário estudantil a partir do primeiro ano do Ensino Médio

POR IGUALDADE DE CONDIÇÕES
POR UM SALÁRIO ESTUDANTIL A TODOS OS ESTUDANTES APARTIR DO PRIMEIRO DO ENSINO MÉDIO

DIÓGENES DE FREITAS/ FELIPE BORGES-TLS.

Nenhum comentário:

Postar um comentário